Luiz Felipe Scolari até aceita a atribuição do termo “surpresa” a Bernard entre os convocados para a Copa das Confederações, mas lembrou que o meia só não atuou antes por estar machucado. E se a dúvida do técnico parecia ser entre os veteranos Kaká e Ronaldinho Gaíucho, os escolhidos tem Bernard como símbolo de uma Seleção Brasileira jovem.
Dos 23 convocados, apenas quatro já disputaram uma Copa do Mundo: o goleiro Júlio César, o lateral direito Daniel Alves, o zagueiro Thiago Silva e o atacante Fred. Mesmo provavelmente um reserva no time de Felipão, Bernard chega com uma confiança que o técnico já teve ao chamar Kaká para a Copa do Mundo de 2002 e Cristiano Ronaldo para a seleção portuguesa na Eurocopa de 2004 – ambos ganharam, posteriormente, o prêmio de melhor jogador do mundo.
“Vislumbro nele um jogador jovem, com muita qualidade e que, provavelmente, recebendo essa oportunidade, vai se superar mais do que se supera neste momento para continuar na Seleção Brasileira. Damos a esse jovem a oportunidade de conviver em uma Copa das Confederações como um passo para o Mundial”, falou Scolari sobre Bernard.
“Das quatro convocações que fiz, chamei o Bernard em duas, mas, infelizmente, estava com lesão no ombro e, quando conversávamos com o Cuca e o departamento médico, diziam que era impossível que ele jogasse pela Seleção. Ele já deveria ter recebido uma oportunidade anteriormente. É um jogador que usa o lado do campo de forma esplêndida”, completou.
Fernando Dantas/Gazeta Press
Mesmo não tão jovens quanto o meia de 20 anos, os outros 18 atletas que aparecem na lista mesmo sem terem disputado uma Copa do Mundo ainda na carreira também podem enxergar a Copa das Confederações, a partir do próximo mês, como um passo importante para se garantir no Mundial. Felipão encara a competição como um vestibular para 2014.
“Alguns dessa seleção ainda não jogaram uma competição oficial pela Seleção. Para jogar em uma competição tão importante como o Mundial, merecem a oportunidade de jogar a Copa das Confederações para serem analisados em confrontos que valham pontos e títulos”, enalteceu o técnico, convicto de suas apostas.
“Podemos ter dificuldade em relação à experiência, mas ganhamos na jovialidade, na boa vontade e em tudo que os jovens possuem. É o que desejamos deles junto com outros jogadores”, indicou, até prevendo uma cartilha para conter uma mania entre os jovens: as redes sociais virtuais.
“Teremos regras e determinaremos um horário comum para acabar com os meios de comunicação. É comum que eles recebam informações sobre como se portar em relação ao grupo. Cada um é dono de si, mas, à medida que alguém avançar o sinal, tomaremos uma atitude. Isso é normal em qualquer empresa, não só na Seleção”, disse Scolari, que, enquanto dava essa declaração, era olhado com admiração pelo presidente José Maria Marin – o dirigente balançava a cabeça concordando com a promessa de disciplina.
Fonte: Gazeta Esportiva
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